Desabafos #4

"O amor é paciente, o amor é prestável, não é invejoso, não é arrogante nem orgulhoso, nada faz de inconveniente, não procura o seu próprio interesse, não se irrita nem guarda ressentimento. Não se alegra com a injustiça mas rejubila com a verdade. Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor jamais passará." Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios

O ser humano caminha com a finalidade de encontrar o amor. Faz fés, crenças, sentimentos, almas, tudo com suporte no amor. É a força mais forte. É a meta. É a razão. É o que faz crer na eternidade. Amor são pequenos gestos. Amor são mãos dadas. Amor é um olhar cúmplice. Amor são palavras segredadas. Amor são beijos roubados. Amor são horas de conversa. Amor são abraços. Amor é dormir lado a lado e sentir-se em casa. Existe amor em todo lado, em cada virar de esquina.

Eu amo. E o amor conquista-se, porque eu amo os meus pais e a minha avó. O amor constrói-se, porque eu amo os meus melhores amigos. Ele mima-se, porque amo o meu gato. E ele é eterno, porque eu amo a minha irmã. Mas vai e vem. Como pode o amor ser constante se ele é um sentimento humano e o ser humano é inconstante? Deveria ser. O amor deveria chegar para duas pessoas ficarem juntas, mas não chega. O verdadeiro amor deveria durar para a eternidade, mas tantos e tantos casais se divorciam. O amor deveria suportar tudo, mas ao fim de anos de casamento ainda podem acontecer coisas que viram uma casa do avesso.

Amor? Que amor? Para quê, se só nos traz desgraças? Se nos faz sofrer, se nos faz chorar, se nos deita abaixo? 

Já não há amores pacientes. Qualquer pessoa é prestável até ao seu limite. O amor quer sempre mais, e defende-se sempre a si próprio. Uma lágrima já é inconveniente. Esgotam-se as desculpas, acaba-se a fé, chega o desespero e o fim. E acaba.

E eu. Já amei incondicionalmente. Já vi amar incondicionalmente. E para quê, se tudo nos é retirado?