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domingo, janeiro 23

Desabafos #7
(E este blog está a perder a piada toda, muito sinceramente)

Não sei de onde vieste. Mas chegaste, disseste e ficaste. E depois foste. E eu ainda nem sei como chegaste. De onde vieste. Como vieste. Dou por mim a pensar que talvez tenhas vindo com a mais suave brisa, porque não dei por ti. Vieste com a mais suave brisa, e deixaste-me com um tornado. Mas eu ainda nem cheguei lá, porque ainda não entendi de onde vieste. Ou como vieste. És tão leve, tão fácil de carregar. E no entanto, a tua falta cai-me como se em cima de mim caíssem os Himalaias. Será que vieste com o Sol de um fim de Verão? Com as folhas do Outono? Ou com a neve, no Inverno? Ainda não sei precisar o exacto momento em que realmente chegaste. Lembro-me de ti em Setembro, de reparar em ti e te achar piada. Lembro-me de ti em Outubro, e de falar para ti como se fosse a primeira vez que falava para um rapaz. Lembro-me de ti em Novembro, e tão bom que foi Novembro. Lembro-me de ti em Dezembro, e de me aqueceres o coração. Penso em ti em Janeiro, e de como tínhamos dito que este seria o nosso mês. Mas, no entanto, não sei quando realmente entraste na minha vida. Nem como. Será que vieste no vôo de um pássaro que migrava para Sul? Ou nas gotas das primeiras chuvas? Não sei ainda aceitar sequer que aconteceste. Nem acredito que partilhei tanto contigo. Não sei se vieste a pé, de autocarro, de comboio... Como foi? Vieste, entraste na casa que eu tinha construído para mim. E deixaste-me sem tecto, sem paredes, sem chão. E no entanto é tão, tão fácil suportar-te.

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